domingo, 20 de maio de 2012

Soneto - Álvares de Azevedo


A segunda geração do Romantismo no Brasil, baseou-se em artes muito mais voltadas para o sentimentalismo exagerado e o pessimismo, como uma forma de fugir da realidade e dos problemas que cercavam a sociedade na época. Também foi caracterizada  pelo extremo subjetivismo, egocentrismo que culminava com o sentimento de morte, dúvida e obscuridade.Fundamenta-se em sonhos, devaneios, amores platônicos e a mulher era vista como figura inatingível, impalpável.



Soneto (Álvares de Azevedo)

Pálida, à luz da lâmpada sombria, 
Sobre o leito de flores reclinada,
Como a lua por noite embalsamada,
Entre as nuvens do amor ela dormia!
Era a virgem do mar! Na escuma fria
Pela maré das águas embalada!
Era um anjo entre nuvens d'alvorada
Que em sonhos se banhava e se esquecia!
Era mais bela! O seio palpitando...
Negros olhos as pálpebras abrindo...
Formas nuas no leito resvalando...
Não te rias de mim, meu anjo lindo!
Por ti - as noites eu velei chorando,
Por ti - nos sonhos morrerei sorrindo! 


Análise

Em o Soneto, podemos perceber o quanto  a figura da mulher é intocável, tratada como algo inacessível, onde jamais ela será conquistada e viverá somente nos sonhos. A mulher é vista como anjo, associando tudo isso a virgindade e a pureza.

Esse “medo de amar”que o autor expressa, nos leva a entender que o mesmo recolhe o seu sentimento, levando-o a solidão, predominando a falta de autenticidade de sentimentos. 

Um comentário:

  1. concordo plenamente que mulheres são anjos kkkkkkkkkk
    muito lindo o poema
    Danielle

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